Poesia de Bagageira




Encontrei um sapo zarolho 
Na mala do meu chaço 
Os ciganos do bairro gritaram: 
Ai Lelo, o que é que eu faço???
 
Pobre bicho de peluche 
Que não faz mal a ninguém 
Não merecia tal desprezo 
Destes grandes filhos da mãe! 

Singelo entretém de criança 
Melhores dias já conheceu 
Agora vai ser coqueluche 
Lá para os lados do Romeu! 

Terra perto de Macedo 
Com restaurantes bestiais 
Vou lá amanhã bem cedo  
Abifar os meus queixais

E agora que vos fartastes 
De tão miserável poema 
Pouso a caneta, rasgo o papel 
Destes-me cabo do esquema! 

Retiro-me graciosamente
Vou até vale de lençóis 
Obrigado por me lerdes
Meus queridos rouxinóis!!! 

© Nuno B., Todos os direitos reservados

Jornalismo de CUalidade


Sempre fui um grande fã do jornalismo nacional. Não é para menos, um curso cuja média de admissão é (ou era, há não muito tempo) de pouco mais de 10 valores, e à custa do qual qualquer rato de Piaget arranja colocação num qualquer colosso da imprensa nacional, só pode ser motivo de orgulho para todos os portugueses.

Neste capítulo, onde a qualidade abunda, o grupo Cofina é sem dúvida aquele que mais se destaca, por dois motivos: a carteira de jornais que detém, e o brilhantismo dos profissionais que ali laboram.

A qualidade dos artigos, a exactidão das informações transmitidas, a categoria dos temas escolhidos, e acima de tudo, a forma como a amálgama de "informações" que recolhem acerca dos mais prementes temas da actualidade (como aquilo que se passa na casa dos segredos, ou quantos abortos fez determinada actriz, entre outros) se transforma em peças brilhantes, capazes de fazer tremer a terra aos pés dos maiores de entre os maiores representantes da profissão.

Confesso que fico um pouco chateado com esta crescente mania de os sites pedirem para se desactivar o ad-blocker, mas uma vez que se trata destes grandes senhores, vou já fazê-lo com agrado. Logo depois de cortar os pulsos, bem entendido.

Só tenho pena que, depois de perpetrar tamanha atrocidade contra a minha pessoa, o sangue que escorrerá das minhas dilaceradas veias me impeça de continuar a navegar pelas melhores páginas que existem no espectro virtual nacional. Como conseguirei eu descansar para sempre em paz, estando privado de informações como esta...


... Ou esta?


Não posso, com certeza. Rebolarei na tumba para toda a eternidade, sujeito a um suplício tremendo no outro mundo, mas pelo menos não estarei sozinho:



Até já!

Dimensões Anormais



Esse dysforme, e rigido porraz
Do semblante me faz perder a cor:
E assombrado d'espanto, e de terror
Dar mais de cinco passos para traz:

 A espada do membrudo Ferrabraz
De certo não mettia mais horror:
Esse membro é capaz até de pôr
A amotinada Europa toda em paz.

Creio que nas fodaes recreações
Não te hão de a rija machina soffrer
Os mais corridos, sordidos cações:

De Venus não desfructas o prazer:
Que esse monstro, que alojas nos calções,
É porra de mostrar, não de foder.

 Manuel Maria de Barbosa l'Hedois du Bocage, 
"Soneto do Membro Monstruoso"

Assim de repente é isto... Só para saberem que ainda não morri! Sim, eu sei que isso vos interessa muito, a vocês os... Err... A ti? Olá? Está aí alguém???

Ora f*d#-se...

Casanova



Parece que há uma novela qualquer tuga (desconheço mais pormenores, pois não acompanho novelas, soube disto por acaso pois era o que passava na TV com o volume no máximo lá no tasco enquanto estava a jogar bilhar) em que o João Baião (!) faz o papel de um garanhão (heterossexual). Rimas e risadas à parte, acho que a dita produção, e o dito protagonista, deveriam ganhar desde logo globos de ouro, deve ser uma das maiores histórias de sempre da ficção nacional.

Era só isto.