Inglourious Basterds



Eu que nem tenho muita paciência para escrever críticas cinematográficas, não podia deixar de expressar publicamente as minhas impressões sobre essa maravilha em forma de filme, intitulado Inglourious Basterds, ou na ranhosa tradução tuga, Sacanas Sem Lei.

E que festim nos preparou esse intratável Chef chamado Quentin Tarantino!


Já havia provado os seus dotes culinários em muitas outras ocasiões, mas nesta sua obra prima (sim, superior ao Pulp Fiction em vários aspectos, a meu ver) mostra porque é um dos mais geniais cineastas da actualidade (talvez o melhor, de momento, em minha opinião).

Sendo um filme que tem como mote a Segunda Guerra Mundial, Tarantino soube montar as peças do puzzle como ninguém, fundindo duas histórias numa só, e contornando um pouco o horror do holocausto para virar o feitiço contra o feiticeiro, proporcionando-nos um festim que reconforta a alma dos justos, e decerto provoca grandiosas erupções cutâneas nos que actualmente teimam ainda em seguir as ideologias de Hitler.


Hitler que, em meia dúzia de aparições apenas, é retratado de uma forma tão brilhante, que é possível ao espectador comum, apreender de uma forma nunca vista o carácter do mais desprezível de todos os homens, e só por esse pequeno pormenor, temos de tirar o chapéu ao senhor escritor/realizador.

Nein nein nein nein nein nein!

No fundo, a escolha do casting não poderia ter sido mais acertada, com cada peça do tabuleiro a mover-se exactamente como era suposto, ou melhor ainda.


Desde o sotaque hilariante do Brad Pitt (a parte em que tem de falar italiano colocou a sala de cinema em delírio, com gargalhadas bem audíveis), passando pela interpretação mais que perfeita de Hans Landa por parte de Christoph Waltz (o subtil e inteligentíssimo caçador de judeus, num papel que certamente lhe abrirá as portas de Hollywood, mas que grande actor!), enfim, nem há palavras.

Nunca os clichés e as frases feitas foram tão agradáveis aos sentidos.

E a banda sonora? Do outro mundo, como seria de esperar, essa era a única coisa que eu tinha a certeza ir adorar, antes de entrar na sala.

Uma matança das antigas, cruel e visceral, sanguinária e impiedosa, inteligente e calculista, arrepiante e hilariante ao mesmo tempo, no fundo, um filme a roçar a perfeição, com tanto que se lhe diga, que por mais que me esforçasse, jamais seria capaz de vos transmitir um décimo daquilo que vos espera nas duas horas e meia (que passam num alustro) que dura aquela que é, para já, e na minha opinião, a película do ano.


Ah, não fiquem com remorsos se, lá pelo meio, ficarem com um certo sentimento de compaixão pelos nazis... O Aldo não brinca quando refere "Each and every man under my command owes me one hundred Nazi scalps... and I want my scalps"... E mais não digo. :D

Se puderem ir ao cinema não hesitem, este é um daqueles que valem bem o dinheiro, isto se souberem apreciar cinema de topo, daquele que nos deleita com pequeníssimos detalhes... Se não souberem, ou se forem demasiado susceptíveis, vale mais nem sequer saírem de casa.

You know somethin', Utivich? I think this might just be my masterpiece.

Overall... 9.5/10

3 comentários:

  1. E foi um masterpiece! :p Opa a mim o que me desiludiu foi a banda sonora!Não por ser má, mas porque não era igual às outras! Mas pronto! :p

    Não sei se é o filme do ano, tenho que fazer uma retrospectiva! :p

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  2. E inb4 palminhas pela song! normalmnt detestoooooooo quando um site começa a fazer barulho pk eu dp não sei qual é...-.-'' MAS! deste (apesar de só descobrir qual era dp de fechar um a um...) gosto bastante, não é nada irritante! Nem podia ser visto ter vindo de onde veio! :p

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  3. Lá estás tu e o teu mau feitio! Raios pá moça! :p
    Querias o quê, mais um bang bang de assobiar pelos cantos? Isto é matança, mas não do tio Bill! xD
    A música de fundo é do filmezinho em questão, já não me lembro em que parte aparece, mas suponho que é logo das primeiras, senão a primeira... (E aqui no blog podes sempre desligar a música, é o primeiro gadget que aparece logo no topo da página, do lado direito!) ;)
    E eu acho que acertou mesmo, a banda sonora está muito bem adequada ao tema, Ennio Morricone e David Bowie no mesmo filme, só mesmo o Quentin para imaginar, mas resulta! Resultou tudo, é um filme monumental e estou mortinho para ver outra vez, para prestar ainda mais atenção aos detalhes, que eu sei que mesmo assim me escaparam alguns, só pode. :D

    Beijo

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